Ex-ministro da
Fazenda e candidato a presidente duas vezes, Ciro Gomes acha que “todas as
intrusões de Lula têm sido muito ruins” para a atual conjuntura política
brasileira.
Na avaliação
de Ciro Gomes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalhou nos últimos
meses “conspirando'' e “dando sustos” em Dilma Rousseff. Não contribuiu para
acalmar o ambiente, disse ele ao Blog.
“Se estivesse
se preservando, uma palavra dele [Lula] seria muito importante agora”, diz Ciro
–que no momento atua na iniciativa privada, na CSN, onde é diretor e responde
pelo projeto da ferrovia Transnordestina.
Sobre voltar à
política, Ciro responde de maneira aberta: “Não tenho obsessão de ser
candidato”. Ele e o irmão, Cid Gomes, estão próximos de uma filiação ao PDT.
Farão uma grande reunião com o grupo político que lideram no dia 17 de agosto,
em Fortaleza (CE).
Para Ciro,
“está em marcha um golpe” que “vai tornar o país ingovernável por uns 20 anos”.
A situação se agrava porque “a população está se sentido traída, enganada. A
Dilma mentiu para a população. O PT e Lula, também”.
Uma solução
possível seria usar a “virtude do fundo do poço”. Como tudo está muito ruim nas
frentes política e econômica, restaria a Dilma “reconciliar-se com quem a
elegeu”. Por exemplo, “adotar uma política para impedir a desindustrialização
do país”.
O problema,
diz Ciro, é que a presidente “perdeu completamente a capacidade de iniciativa”.
Deveria fazer agora o ajuste na economia que sempre quis. “Deveria ‘apagar a
luz’ no mercado de câmbio e deixar flutuar a cotação do dólar. Abaixar a taxa
de juros drasticamente. O cenário da inflação fica imponderável, mas não é que
a inflação vai necessariamente subir”.
Na avaliação
do ex-ministro, “se ela [Dilma] não tomar essas decisões agora, fará tudo
depois, de maneira selvagem”. Por quê? “Porque vai cair o ‘rating’ do Brasil.
Não tem saída. Depois vai ficar muito mais difícil”. O “rating” é a nota que as
agências de classificação de risco dão para países e empresas.
Outra
dificuldade apontada por Ciro é a qualidade da equipe da presidente. Por
exemplo, o ministro da Fazenda. “Joaquim Levy é uma boa pessoa para ser
tesoureiro. Ele está construindo uma erosão fiscal sem precedentes. Nesse
ritmo, as reservas do país duram só um ano e meio”.
Blog do
Fernando Rodrigues
Folha de
S.Paulo
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